Infectologista defende que população precisa manter distanciamento social para não agravar ainda mais cenário crítico na saúde
A
pandemia de covid-19 na última semana mostrou números preocupantes e,
segundo especialistas, é o anúncio do pico já esperado no país. Na
última quarta-feira, seis de maio, o país bateu o recorde de casos
confirmados notificados em 24 horas. Foram registradas mais 10.503
pessoas infectadas. O recorde de mortes ocorreu na sexta-feira, oito de
maio, com 751 óbitos.
Em quatro de maio, o número de casos registrados foi de 6.633. Um dia
depois, mais 6.935 casos novos entraram para a lista. Quinta-feira (7) e
Sexta-feira (8), os índices também foram altos: 9.888 novos casos na
quinta, e mais 10.222 casos na sexta. Números que refletem o
comportamento do vírus e da população nas últimas semanas.
Justamente por isso, a projeção de autoridades e pesquisadores é que
esse cenário pode piorar nos próximos dias por conta do relaxamento do
distanciamento social em algumas cidades. O infectologista José David
Urbaez acredita que a maior parte dos brasileiros entendeu a importância
do distanciamento social para o enfrentamento ao novo coronavírus. Por
outro lado, Urbaez teme que a outra parte da população que insiste em
desobedecer as orientações das autoridades de saúde possa elevar a
pandemia a um nível ainda mais crítico.
“Passamos a ter números maiores de pessoas circulando nas diferentes
cidades. Quando há pessoas circulando e formação de aglomerações, quando
se tem desqualificação da gravidade da Covid-19 como pandemia, não há
outro resultado. Você começa a ter duas ou três semanas depois aumentos
importantes no número de casos. Isso é preocupante”, alerta.
Para José David Urbaez, o afrouxamento do distanciamento social gera
um “efeito cascata” e expõe moradores de periferias a riscos
desnecessários, locais onde direitos básicos não são respeitados.
“Uma boa parte de nós acredita que o Brasil entrará, infelizmente, em
um estado de extrema gravidade porque a pandemia se alastra nas regiões
periféricas das grandes áreas metropolitanas, onde temos populações
extremamente vulneráveis, sem possibilidade de manter um isolamento
domiciliar, sem possibilidade de manter medidas básicas de higiene”,
pondera.
A orientação do Ministério da Saúde continua sendo a do
distanciamento social. Se a pessoa tiver essa opção, ela deve ficar em
casa, principalmente cidadãos com 60 anos ou mais ou aqueles que tenham
doenças crônicas, como cardiopatia, diabetes, obesidade e asma. Para
mais informações, acesse coronavirus.saude.gov.br.
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