Estudo divulgado pelo Ministério da Economia constatou
que o Auxílio emergencial compõe mais de 93% da renda dos domicílios
mais pobres do país. Por pessoa, sem o benefício, cada um chega a ganhar
R$ 11. O estudo concluiu que “em termos de renda absoluta, o auxílio
emergencial elevou as famílias mais pobres a padrões que superam os
limiares de extrema pobreza e pobreza no Brasil”.
Ao todo, de acordo com o ministério, o benefício melhorou o padrão de vida em mais de 23 milhões de casas.
Para Erik Figueiredo, subsecretário de Política Fiscal do Ministério
da Economia, o auxílio tem conseguido atender aos brasileiros mais
atingidos pela pandemia. “Contemplamos os informais, os mais pobres, os
empregadores informais, o benefício atendeu os objetivos, porque ele
consegue chegar a quem mais precisa.”
Gilson Garófalo, professor de Economia da Universidade de São Paulo
(USP), diz que R$ 600 mensais fazem diferença na renda de milhares de
cidadãos, sobretudo entre os assalariados ou que não tenham renda. “O
benefício tem feito com que pessoas das classes menos favorecidas
cumpram compromissos financeiros, como o pagamento de aluguel, contas de
eletricidade e água e tenham dinheiro para os gastos básicos”.
Desempregada antes mesmo do início da pandemia, Mércia Sales,
moradora do município de Afogados da Ingazeira, sustenta a casa com os
R$ 1,2 mil, valor pago a mães chefes de família do Auxílio Emergencial. O
marido precisou encerrar as atividades do salão de beleza por três
meses, devido ao decreto do governo do Estado de Pernambuco, que
determinou o fechamento do comércio.
“A sorte é que temos casa própria, porque senão, além dos gastos
domésticos teríamos que pagar aluguel. Ficaria muito difícil. São R$ 1,2
mil para todas as despesas”, afirma a dona de casa.
O corretor de imóveis Antônio Frutuoso, 23 anos, morador de
Fortaleza, também viu os seus rendimentos caírem de uma hora para outra.
“Eu já vinha guardando dinheiro, mas com o surgimento da pandemia e
dependo dos honorários [de vendas de imóveis] isso dificultou. A
principal função do auxílio é pagar as minhas despesas, como aluguel,
internet e luz”.
Contemplados
O Governo Federal afirma que o benefício já alcançou mais da metade
da população brasileira. O orçamento previsto na concessão das cinco
parcelas do auxílio emergencial é de R$ 200 bilhões. Entre as pessoas
que têm direito ao auxílio emergencial de R$ 600, estão: trabalhadores
sem carteira assinada, autônomos, microempreendedores individuais,
desempregados e contribuintes individuais da Previdência. Mães chefes de
família (inclusive menores de idade) recebem o benefício em dobro. A
Caixa encerrou as solicitações do benefício em 2 de julho.
Segundo a Caixa, a as regiões Norte e Nordeste concentram 46,6% dos
pagamentos, totalizando R$ 35,7 bilhões liberados. Entre os estados, São
Paulo aparece em primeiro (R$ 13,25 bilhões) em relação ao total
empenhado; seguido pela Bahia (R$ 7,21 bilhões) e Minas Gerais (R$ 6,86
bilhões).
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