Empreendedores estão limitando número de pessoas nos estabelecimentos. Muitos optam pela contratação de empresas para instalar protocolos em saúde
Depois de passar por um momento de diminuição no número de casos da Covid-19, São Paulo passa agora por um novo crescimento da doença, principalmente no interior do estado. De acordo com o governo estadual, 15 cidades do Vale do Ribeira precisaram regredir no cronograma de retomada econômica e estão de volta à fase vermelha - a primeira do processo. Em meio a esse cenário, ainda de perigo, empresários estão preferindo a precaução e apostando no fortalecimento de protocolos sanitários.
Nesse contexto, serviços e produtos que podem ajudar no combate ao vírus são cada vez mais procurados. A empresa americana Jan-Pro, especialista em serviços de limpeza, por exemplo, conta que teve crescimento de 35% no faturamento no Brasil, apesar da queda 40% no número total de clientes. Isso porque um processo de limpeza, antes pouco procurado, passou a ser muito demandado. Se trata de uma desinfecção em que o produto adere a superfícies por conta de uma estimulação elétrica.
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“Ninguém queria comprar esse produto até começar a pandemia. Era um artigo ‘nice to have’ e virou um produto ‘must have’, ou seja, antes era legal ter mas agora é obrigatório. No Brasil, já aplicamos mais de R$ 3 milhões a mais 4 milhões de metros quadrados, é um aumento grande”, explica Renato Ticoulat, CEO da Jan-Pro do Brasil.
Para a empresa de entregas Jadlog, o serviço se tornou essencial para garantir o funcionamento seguro de toda a estrutura. “Pelo grande fluxo de pessoas, quantidade de funcionários que a gente tem, precisamos nos apoiar em todas as frente possíveis, para garantir a segurança e a tranquilidade de cada um”, explica Roberta Cury, gerente de marketing da empresa.
Outra opção que tem sido procurada pelas companhias é o serviço de assessoria em saúde, que tem sido oferecido por hospitais, como o Albert Einstein e o Sírio-Libanês, e por laboratórios, como o Sabin. De acordo com a empresa de medicina diagnóstica, 70% da demanda por exames da Covid-19 realizados foram contratados dos empregadores para seus funcionários.
“As empresas precisam da testagem para mostrar ao Ministério Público do Trabalho que estão tomando as devidas precauções para prevenir o contágio, como para fazer a própria gestão dos recursos humanos e evitar que se tenha um grande número de colaboradores afastados por causa da doença”, explica o médico e Gestor do Grupo Sabin Medicina Diagnóstica, Alex Galoro.
Mesmo quem opta pela não contratação de serviços especializados também está empenhado em evitar a propagação do vírus. A cidade de São Caetano do Sul, na região metropolitana de São Paulo já está na fase 3 de reabertura, na qual estabelecimentos podem funcionar, mas com restrições. Por lá, há empreendimentos que estão promovendo mudanças profundas na forma de funcionamento para garantir a segurança dos clientes, mesmo que isso signifique menos clientes e lucro menor.
Cristiane Calciolari é fonoaudióloga e mantém uma clínica no centro da cidade paulista. Para a segurança dos pacientes, ela adquiriu um tapete sanitizante para a entrada da loja, aumentou o tempo entre um atendimento e outro e trocou instrumentos usados nos exames por versões descartáveis. Além disso, crianças só podem ser acompanhadas por uma pessoa e a distância entre as cadeiras na recepção aumentou. Tudo para evitar a propagação do vírus.
“Tudo é higienizado. Saiu um paciente, a gente limpa, troca os protetores dos fones de ouvido e mantém a cabine aberta para higienização. Sempre que chega alguém, ela precisa limpar os pés, passar álcool em gel e medir a temperatura. Também tem o uso obrigatório das máscaras”, explica.
O Estado de São Paulo registrou no último domingo (2) 23.317 mortes e 558.685 casos confirmados da Covid-19. A taxa de ocupação dos leitos de UTI é de 60,6% na Grande São Paulo e 62,4% no Estado.
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Fonte: Brasil 61
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