Jovens de Dourados, Aparecida do Taboado e Corumbá vão apresentar, em São Paulo, soluções tecnológicas para tornar as cidades mais inteligentes
Três
equipes do SESI de Mato Grosso do Sul estão de malas prontas para São
Paulo, onde participarão da etapa nacional do Torneio de Robótica FIRST
LEGO League, entre os dias 3 e 6 de março. Os estudantes levarão para a
capital paulista soluções tecnológicas e sustentáveis para tornar as
cidades mais inteligentes, como um tijolo adaptado para passagem de
fiação e encanamento, um sistema de drenagem que controla a velocidade
da água em períodos de chuva e até um material resistente que pode
evitar rachaduras em obras.
Integrante da equipe “Mega Mente”, do SESI Dourados, Yasmim Fidelis,
de 16 anos, conta que o grupo criou um bloco modular com formato
adaptado para diminuir o desperdício de materiais na construção civil.
Isso porque, relata Yasmim, não haverá necessidade de quebrar paredes
para, por exemplo, instalar tomadas ou passar tubulação. “Desenvolvemos
um protótipo de tijolo. O nosso tijolo tem uma perfuração relacionada ao
tijolo modular e tem um lado que é tijolo 8 furos. Pensamos na
adaptação e pensamos na passagem de fiação e encanamento”, detalha.
Como alternativa para melhorar o sistema de escoamento em Aparecida
do Taboado, sete alunos do SESI, com idades entre 12 e 17 anos, têm
desenvolvido um sistema de drenagem que controla a velocidade da água em
períodos de chuva. Segundo Diego Soares, de 17 anos, o projeto, ainda
em fase de teste, pode diminuir as chances de enchentes ou alagamentos
na cidade. “Utilizaremos corpos de provas, que serão acoplados dentro
das bocas de lobo, no chão. Eles terão sistema de elevação e, quando
começar a chover e cair um grande volume de água, eles serão acionados e
levantados. Isso ajudará a diminuir a velocidade da água”, explica.
Já a equipe “Tupinambótica”, do SESI de Corumbá, encontrou uma
solução sustentável para dar mais durabilidade e resistência a materiais
utilizados em obras. Os jovens fabricaram um bloco, semelhante a um
tijolo, feito de terra crua de cor clara, fibras naturais, citronela,
uma espécie de repelente natural que espanta insetos atraídos pela
palha, além de água, cal e pó de pneu. O objetivo, segundo o aluno
Guilherme Beckman, de 12 anos, é também promover segurança aos cidadãos
de baixa renda que sofrem com rachaduras na estrutura de suas casas ou
apartamentos. “Esse problema ocorre pelas temperaturas elevadas, o solo
raso em nossa região, a dificuldade de pessoas do campo e de baixa renda
de adquirirem material de construção. É muito dinheiro investido em
materiais e pouca eficiência e durabilidade”, aponta.
A competição
O Torneio de Robótica FIRST LEGO League reúne 100 equipes formadas
por estudantes de 9 a 16 anos e promove disciplinas, como ciências,
engenharia e matemática, em sala de aula. De 31 de janeiro a 16 de
fevereiro, haverá as disputas regionais. Os melhores times garantem vaga
na etapa nacional, que ocorre em março, em São Paulo. O objetivo é
contribuir, de forma lúdica, para o desenvolvimento de competências e
habilidades comportamentais exigidas dos jovens. Todo ano, a FLL traz
uma temática diferente. Em 2020, os competidores terão que apresentar
soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento
energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.
O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mol,
ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho
em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A
questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio,
uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de
empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja
desenvolvido”, atesta.
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