quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Equipe de São João del Rei (MG) conquista 1º lugar na etapa regional do Torneio de Robótica FLL

Com aplicativo de acessibilidade, alunos do SESI local garantiram vaga para etapa nacional da competição, que será em março, em São Paulo

Equipe Atombot / Divulgação / FIEMG

A ideia dos alunos da equipe “Atombot”, da unidade do SESI de São João Del Rei, de integrar pessoas com deficiência auditiva por meio de um aplicativo e permitir que eles acessem – e aproveitem – pontos turísticos da cidade história de São João Del Rei rendeu o 1º lugar na Champions Award e o 1º lugar no ranking geral da etapa regional do Torneio de Robótica FIRST LEGO League, realizado entre os dias 15 e 16 de fevereiro, em Contagem, Minas Gerais.
Com isso, os jovens estão classificados para a etapa nacional da competição, que será realizada em março, na cidade de São Paulo.
A cidade mineira de São João Del Rei abriga um grande patrimônio cultural. Museus, igrejas e monumentos chamam a atenção de milhares de turistas durante todo o ano. Mas ao visitar esses lugares, os estudantes perceberam que não havia acessibilidade para pessoas surdas, nem a presença de intérpretes E em cima disso a equipe questionou: como fica a acessibilidade dos pontos turísticos? Hoje, no Brasil, 10,7 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência auditiva, segundo dados do Instituto de Pesquisa Locomotiva.
Os alunos estudaram por mais de seis meses para chegar até ao aplicativo que foi apresentado na competição, com um modelo de QR Code mais amplo do que os que já existem hoje, no mercado, para pessoas surdas. Quando for ativado dentro de um museu, por exemplo, em alguma obra, vai mostrar um vídeo de animação. “Vimos que essa é uma maneira de ativar a memória visual do surdo. Como ele gesticula por sinal, ele tem a memória visual muito melhor que as pessoas que os ouvintes, que entendem por som”, conta Bárbara Rezende Neri, 15 anos, integrante da equipe.
O técnico da equipe Atombot, Paulo de Tharso, acrescenta que o aplicativo servirá também para pessoas analfabetas. “Percebemos que pessoas com deficiência visual, auditiva ou analfabetas não conseguem ter acesso à parte histórica da cidade, como museus, igrejas, porque as informações, na maioria, são escritas. Para a pessoa com deficiência ou analfabeta, muitas vezes aquelas informações não atendem”, lamenta.
O trabalho árduo e os treinos intensos da equipe – cerca de seis horas todos os dias –valeram a pena e, agora, o time se concentrará na próxima etapa, marcada para março, em São Paulo.  “Procuramos trabalhar com projetos que beneficiam a sociedade, então o desenvolvimento humano deles é muito bom. O ganho é muito grande para eles, pois são alunos diferenciados”, comemora o técnico.

A competição

A etapa nacional do Torneio FLL será entre 6 e 8 de março, na Bienal (SP). A competição promove o ensino de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática no ambiente escolar e contribui para o desenvolvimento de competências e habilidades comportamentais.
A cada ano o torneio trabalha um tema e, para este ano, foi batizado de City Shaper, onde os estudantes são incentivados a pensarem em soluções inovadoras que tornem as cidades cada vez mais inteligentes. No Brasil, desde 2013, o SESI é o operador oficial do torneio (etapas regionais e nacional).




Camila Costa

Jornalista formada há 10 anos, foi repórter de política no Jornal Tribuna do Brasil, do Jornal Alô Brasília e do Jornal de Brasília. Por cinco anos esteve no Correio Braziliense, como repórter da editoria de Cidades. Foi repórter e coordenadora de redação na Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), vinculada à Presidência da República. Recebeu, por duas vezes, o Prêmio PaulOOctavio de Jornalismo e, em 2014, o Prêmio Imprensa Embratel/Claro 15° Edição. Hoje, Camila é repórter da redação da Agência do Rádio.

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