Com aplicativo de acessibilidade, alunos do SESI local garantiram vaga para etapa nacional da competição, que será em março, em São Paulo
A
ideia dos alunos da equipe “Atombot”, da unidade do SESI de São João
Del Rei, de integrar pessoas com deficiência auditiva por meio de um
aplicativo e permitir que eles acessem – e aproveitem – pontos
turísticos da cidade história de São João Del Rei rendeu o 1º lugar na
Champions Award e o 1º lugar no ranking geral da etapa regional do
Torneio de Robótica FIRST LEGO League, realizado entre os dias 15 e 16
de fevereiro, em Contagem, Minas Gerais.
Com isso, os jovens estão classificados para a etapa nacional da competição, que será realizada em março, na cidade de São Paulo.
Com isso, os jovens estão classificados para a etapa nacional da competição, que será realizada em março, na cidade de São Paulo.
A cidade mineira de São João Del Rei abriga um grande patrimônio
cultural. Museus, igrejas e monumentos chamam a atenção de milhares de
turistas durante todo o ano. Mas ao visitar esses lugares, os estudantes
perceberam que não havia acessibilidade para pessoas surdas, nem a
presença de intérpretes E em cima disso a equipe questionou: como fica a
acessibilidade dos pontos turísticos? Hoje, no Brasil, 10,7 milhões de
pessoas têm algum tipo de deficiência auditiva, segundo dados do
Instituto de Pesquisa Locomotiva.
Os alunos estudaram por mais de seis meses para chegar até ao
aplicativo que foi apresentado na competição, com um modelo de QR Code
mais amplo do que os que já existem hoje, no mercado, para pessoas
surdas. Quando for ativado dentro de um museu, por exemplo, em alguma
obra, vai mostrar um vídeo de animação. “Vimos que essa é uma maneira de
ativar a memória visual do surdo. Como ele gesticula por sinal, ele tem
a memória visual muito melhor que as pessoas que os ouvintes, que
entendem por som”, conta Bárbara Rezende Neri, 15 anos, integrante da
equipe.
O técnico da equipe Atombot, Paulo de Tharso, acrescenta que o
aplicativo servirá também para pessoas analfabetas. “Percebemos que
pessoas com deficiência visual, auditiva ou analfabetas não conseguem
ter acesso à parte histórica da cidade, como museus, igrejas, porque as
informações, na maioria, são escritas. Para a pessoa com deficiência ou
analfabeta, muitas vezes aquelas informações não atendem”, lamenta.
O trabalho árduo e os treinos intensos da equipe – cerca de seis
horas todos os dias –valeram a pena e, agora, o time se concentrará na
próxima etapa, marcada para março, em São Paulo. “Procuramos trabalhar
com projetos que beneficiam a sociedade, então o desenvolvimento humano
deles é muito bom. O ganho é muito grande para eles, pois são alunos
diferenciados”, comemora o técnico.
A competição
A etapa nacional do Torneio FLL será entre 6 e 8 de março, na Bienal
(SP). A competição promove o ensino de ciência, tecnologia, engenharia,
artes e matemática no ambiente escolar e contribui para o
desenvolvimento de competências e habilidades comportamentais.
A cada ano o torneio trabalha um tema e, para este ano, foi batizado
de City Shaper, onde os estudantes são incentivados a pensarem em
soluções inovadoras que tornem as cidades cada vez mais inteligentes. No
Brasil, desde 2013, o SESI é o operador oficial do torneio (etapas
regionais e nacional).
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