A equipe “Mega Mente” desenvolveu um novo formato de “tijolo” para evitar desperdício no setor da construção civil. Os alunos conquistaram o 1º lugar Categoria Design de Robô e o 3º lugar do Champion´s Award, em torneio regional
A
equipe “Mega Mente”, do SESI Dourados (MS), está dentro do grupo das
100 equipes selecionadas para a etapa nacional da maior competição de
robótica do mundo, a FIRST LEGO League (FLL). Os estudantes
desenvolveram um novo modelo de bloco modular, usado na construção civil
para as edificações.
A próxima etapa do torneio será entre os dias 6 e 8 de março, na
Bienal, em São Paulo. A FLL faz parte de um programa internacional de
exploração científica, que promove o ensino de ciência, tecnologia,
engenharia, artes e matemática no ambiente escolar e contribui para o
desenvolvimento de competências e habilidades comportamentais.
O time de Dourados conquistou o 1º lugar Categoria Design de Robô –
Desempenho do Robô, uma das grandes atrações do torneio, além do 3º
lugar do Champion's Award – classificação geral.
Segundo a integrante da equipe Yasmim Nascimento Fidelis, 16 anos, o
grupo foi atrás das problemáticas da construção civil e chegaram a um
consenso sobre o desperdício de materiais nesse segmento; e assim nasceu
o projeto do Bloco Híbrido Modular. “Desenvolvemos um protótipo de
tijolo. O nosso tijolo tem uma perfuração relacionado ao tijolo modular e
tem um lado que é tijolo 8 furos. Pensamos na adaptação e pensamos na
passagem de fiação e encanamento”, detalha.
Yasmim garante que com esse novo formato, haverá redução no
desperdício, porque não precisaria mais, por exemplo, quebrar uma parede
para inserir tomadas ou qualquer tipo de fiação. Assim,
consequentemente, o impacto ambiental também seria menor. Para a jovem,
poder desenvolver soluções como essa, dentro de um torneio como o da
FLL, é importante para a vida. “Bom, eu acho incrível, já participo há 3
anos, da FLL, e é um momento de aprendizado que você consegue
compartilhar ideias com várias equipes, você consegue adquirir mais
responsabilidade e o fato de você estar apresentando um projeto é algo
inesquecível”, aponta.
A cada ano, um tema diferente é apresentado aos alunos e, para este
ano, a temática é em cima da ideia de construir cidades inteligentes e
sustentáveis, batizada de City Shaper. Os alunos são instigados a pensar
em problemáticas urbanas, dificuldades presentes no dia a dia das
pessoas, como, por exemplo, a falta de acessibilidade, de transporte
eficiente; e são provocados a desenvolverem soluções tecnológicas para
melhorar essa realidade.
O torneio
Nos torneios de robótica FLL os competidores são avaliados em quatro
categorias: Projeto de Pesquisa, Desafio do Robô, Design do Robô e Core
Values. Os grupos da FLL utilizam um aplicativo disponibilizado pela
LEGO, com uma linguagem em blocos. A construção do robô de LEGO é a
grande atração dos torneios FLL, porém, não é a única prova. Além de
mostrar conhecimento técnico, domínio da tecnologia, os estudantes
também precisam mostrar capacidade de trabalhar em equipe, de
compartilhar conhecimentos, de ajudar uns aos outros, em um clima de
competição amigável.
Para o técnico da equipe Mega Mente, o professor de Física Wesley
Coelho, essa é uma das grandes vantagens do torneio, a de juntar
conhecimento técnico com crescimento humano. “Participar da competição
proporciona uma experiência incrível. Além de estar atuando diretamente
na metodologia STEAM com os alunos, o aprender fazendo, acima disso está
o aprender ser. Aquilo que você coloca de valores para os alunos, que a
gente coloca muinto, e isso não tem preço”, afirma.
Desde 2006 o SESI investe na inserção da robótica educacional nas
salas de aula. Atualmente, todas as suas 505 escolas pelo Brasil contam
com o programa no currículo. O SESI é a instituição responsável pela
organização do torneio (etapas regionais e nacional) no Brasil desde
2013.
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