quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Tijolo sustentável criado por alunos de São Gonçalo do Sapucaí (MG) leva 1º lugar na categoria Estratégia e Inovação do FLL

Inovação da equipe de robótica do SESI da cidade quer reduzir impactos ambientais causados pelo setor da construção civil e tornar moradia mais “acessível”. O projeto também ficou em 4º lugar na premiação geral do torneio

Equipe Lego Bros / Arquivo pessoal

Sete alunos da unidade do SESI de São Gonçalo do Sapucaí (MG) subiram no pódio, no último fim de semana – dias 15 e 16 de fevereiro –, com a conquista do 1º lugar na categoria Estratégia e Inovação da etapa regional do Torneio de Robótica FIRST LEGO League, que aconteceu em Contagem (MG). Com isso, os jovens credenciaram passaporte para a etapa nacional da competição, que será em março, na Bienal, em São Paulo.
A equipe “Lego Bros” apresentou o projeto de um pré-moldado de terra comprimida, semelhante a um tijolo, para ser utilizado na construção de casas populares.
Uma das inovações do projeto é a forma do encaixe, que já virá embutido no bloco e que é feito de bambu.
Segundo os integrantes da equipe, um dos diferenciais foi projetar a invenção para que fosse 100% sustentável. Hoje, a construção civil é um dos setores que causam impactos ambientais, por conta do consumo de energia e água em excesso para produção dos insumos nos canteiros de obra até mudanças na vegetação e no solo.
Para a estudante e integrante da equipe Heloísa Esganzeli Filipini, 15 anos, projeto levará “democracia e sustentabilidade” para um setor importante da sociedade, a construção civil. “O nosso projeto não é a venda do bloco, é a democratização da técnica. A gente uniu e resgatou várias técnicas de construção, padronizou as medidas e desenvolveu essa forma”, explica a jovem.
Direito à moradia
Segundo diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU), a moradia adequada deve estar no centro das políticas urbanas. A preocupação da equipe Lego Bros partiu disso e a técnica da equipe, Rafaella Paiva Azzi, afirma que o trabalho de pesquisa foi “intenso”. Especialistas no setor da construção civil ajudaram os estudantes a pensar no projeto.
Segundo Rafaella, a ideia é disponibilizar o projeto para as cidades, prefeituras e comunidades para que o cidadão, principalmente aquele de baixa renda, possa ter
acesso ao projeto. “Acreditamos que a proposta é muito viável, traz um impacto grandioso tanto para a comunidade quanto para o cidadão, uma vez que o acesso à moradia é direito de todos. E a democratização que eles querem fazer, além de todos terem acesso, é disponibilizar a receita para fazer esse tijolo para que várias pessoas possam utilizar, com material da própria natureza, fazendo, então, uma economia circular.” 
A competição
A etapa nacional do Torneio FLL será entre 6 e 8 de março, na Bienal (SP). A competição promove o ensino de ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática no ambiente escolar e contribui para o desenvolvimento de competências e habilidades comportamentais.
A cada ano o torneio trabalha um tema e, para este ano, foi batizado de City Shaper, onde os estudantes são incentivados a pensarem em soluções inovadoras que tornem as cidades cada vez mais inteligentes. No Brasil, desde 2013, o SESI é o operador oficial do torneio (etapas regionais e nacional). 

 


Camila Costa

Jornalista formada há 10 anos, foi repórter de política no Jornal Tribuna do Brasil, do Jornal Alô Brasília e do Jornal de Brasília. Por cinco anos esteve no Correio Braziliense, como repórter da editoria de Cidades. Foi repórter e coordenadora de redação na Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), vinculada à Presidência da República. Recebeu, por duas vezes, o Prêmio PaulOOctavio de Jornalismo e, em 2014, o Prêmio Imprensa Embratel/Claro 15° Edição. Hoje, Camila é repórter da redação da Agência do Rádio.

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