quinta-feira, 5 de março de 2020

MG: Oito alunos do SESI São João Nepomuceno disputarão nacional de Robótica com projeto de tijolo de jeans

O bloco é feito com sobras de retalhos, fica 10% mais leve que os tradicionais, além de ser acústico por causa da fibra e um isolante térmico 

Equipe Delta / Arquivo pessoal

Oito alunos do SESI de São João Nepomuceno desenvolveram um tijolo ecológico, feito de um material utilizado em roupas: retalhos de jeans. A inovação é um das selecionadas para participar da etapa nacional do Festival SESI de Robótica, que começa nesta sexta-feira (6), em São Paulo. 
A intenção dos estudantes, que formam a equipe “Delta”, foi de aliar sustentabilidade com eficiência. Eles chegaram até a ideia do tijolo após observar a quantidade de pano de jeans descartado pela indústria têxtil, cadeia produtiva que é a segunda maior empregadora do estado, segundo a Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG).
O aluno Gabriel Domingos de Sousa, de 16 anos, explica que a linha de produção do tijolo não muda e a diferença para o modelo tradicional é a inclusão dos restos de jeans. Conta que o tecido é moído e colocado na massa, que demora cerca de 25 dias para secar. O tijolo fica 10% mais leve que os comuns, além de ser isolante acústico por causa da fibra. Após passar por testes, a equipe verificou que o tijolo suporta cerca de sete toneladas e meia, atendendo aos pré-requisitos exigidos pelo mercado, além de custar R$ 0,12 mais barato. 



A poucos dias da etapa nacional, Gabriel tenta conciliar a rotina de treinos com a expectativa para a competição, que reunirá 100 equipes de todo o país. Para o estudante, o resultado recompensa o esforço da equipe. “É sempre muito emocionante, estou na minha terceira participação. A cada ano, fomos evoluindo, dessa vez tivemos uma rotina de treinos bem intensa, nas férias, aos sábados”, relata o jovem. 
A equipe Delta foi uma das três selecionadas na seletiva regional disputada no mês passado, em Contagem. No total, 36 equipes concorreram a uma vaga na disputa nacional. O esforço para avançar ainda mais nos quesitos de avaliação é a chave para o sucesso, segundo o professor de matemática e técnico da equipe, Rangel Zignago.
O objetivo, espera ele, é treinar para aprimorar o que foi apresentado na regional e conseguir melhorar a pontuação nos desafios propostos na competição. Nos torneios de robótica FLL, os competidores são avaliados em quatro categorias: Projeto de Pesquisa, Desafio do Robô, Design do Robô e Core Values.
“É uma grande felicidade, algo que a gente busca há anos. No último torneio, ganhamos alguns troféus, referentes ao ‘Designer do Robô’, mas batia na trave, faltavam alguns ajustes. Esse ano, foi uma notícia tão boa, tão alegre para nossa escola, porque a gente treinou muito. Colher esse fruto, para gente, tem sido muito satisfatório”, afirma o técnico. 
O Festival SESI de Robótica, que é o maior campeonato de robótica do Brasil, reunirá 100 equipes de todo o Brasil, formadas por estudantes de 9 a 16 anos, na categoria FIRST LEGO League, que utiliza robôs Lego para enfrentar os desafios desta temporada. A ideia é promover disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, além da sala de aula. Este ano, os competidores terão que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.

O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mól, ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio, uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja desenvolvido”, atesta.






Camila Costa

Jornalista formada há 10 anos, foi repórter de política no Jornal Tribuna do Brasil, do Jornal Alô Brasília e do Jornal de Brasília. Por cinco anos esteve no Correio Braziliense, como repórter da editoria de Cidades. Foi repórter e coordenadora de redação na Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), vinculada à Presidência da República. Recebeu, por duas vezes, o Prêmio PaulOOctavio de Jornalismo e, em 2014, o Prêmio Imprensa Embratel/Claro 15° Edição. Hoje, Camila é repórter da redação da Agência do Rádio.

 

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