O
setor de turismo, um dos mais afetados pela pandemia da Covid-19, já
prepara ações para a retomada das atividades após o fim da crise causada
pelo novo coronavírus. A mobilização de diversos segmentos caminha para
um objetivo comum: estimular o turismo nacional.
É por isso que o Sistema Integrado de
Parques e Atrações Turísticas (Sindepat) lançou a hashtag “Viaje pelo
Brasil”. A campanha busca incentivar o turismo doméstico, valorizando a
pluralidade cultural, o sol, as praias, a gastronomia e as belezas
naturais em solo brasileiro.
Segundo Fábio Bentes, economista da
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a
alta do dólar pode ser uma aliada do setor para recuperar receitas, já
que a tendência é que os brasileiros deem preferência por destinos
locais e mais baratos.
“O que a gente percebeu nos últimos
meses foi uma desvalorização muito grande do real. Dificilmente a gente
vai voltar para aquele padrão de dólar a três ou quatro reais. Estimular
o turismo interno acaba sendo praticamente a única alternativa para
muitas empresas, na medida em que com o dólar mais caro, o consumidor
evita viagens internacionais.
Levantamento da CNC aponta que, entre
março e abril, o setor teve queda de R$ 50,3 bilhões no faturamento.
Isso representa quase 60% a menos do que a receita no mesmo período do
ano passado. Os dados de maio devem ser divulgados ainda esta semana,
mas a projeção do economista e responsável pelo estudo, Fábio Bentes, é
de que o prejuízo chegue próximo de R$ 35 bilhões.
“O setor deve ter tido um segundo
trimestre extremamente negativo, com perdas superiores a 80%. Em um
cenário menos pessimista, a perda para todo o ano fica entre 40% e 50%
em relação ao ano passado. Se esse processo de perdas econômicas
persistir ao longo do segundo semestre, essas perdas podem ser maiores”,
projeta.
Segundo Bentes, o turismo foi muito
impactado pela crise econômica do coronavírus e, por isso, a tendência é
que a recuperação do setor seja lenta.
“Agora, sem dúvidas, na medida em que
começamos a observar alguma flexibilização da quarentena, a gente
percebe uma lentidão nesse processo de recuperação do turismo.
Basicamente porque o setor é formado por serviços considerados não
essenciais e, em um momento de retração da economia, é natural que os
consumidores acabem cortando a demanda por serviços turísticos”,
justifica.
Retomada gradual
O Ministério do Turismo em parceria com
os setores público e privado já promove ações que fazem parte do Plano
de Retomada do Turismo Brasileiro. O órgão desenvolveu a campanha “Não
cancele, remarque”, cujo objetivo é que os turistas mantenham os pacotes
e serviços contratados, apenas adiando a data da viagem, o que
garantiria a preservação de empregos no setor.
O ministério também lançou na última
quinta-feira (4) o selo “Turismo Responsável - Limpo e Seguro”, um
programa que vai criar protocolos de segurança sanitária e boas práticas
para os segmentos do setor. A ideia é que os turistas se sintam mais
seguros para viajar e frequentar locais que cumpram as determinações de
prevenção à Covid-19.
Formado
em Jornalismo pela Universidade de Brasília (UnB), desde 2020 é
repórter do Brasil 61. Durante a graduação, cobriu Política e Economia
pelo jornal O Globo, além de Educação e Carreira pelo Correio
Braziliense.
Nenhum comentário:
Postar um comentário