O Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,26% em junho, apontam os dados que o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta
sexta-feira (10). O indicador que mede a inflação oficial no país teve
alta após dois meses de deflação: - 0,31% em abril e - 0,38% em maio.
O resultado ficou próximo às
expectativas dos economistas, que estimavam uma inflação de 0,3%. Agora,
o IPCA acumula alta de 0,1% no ano e 2,13% em 12 meses. Entre os nove
grupos de produtos e serviços pesquisados, o de alimentação e bebidas
foi o que mais impactou a inflação, pois teve aumento de 0,38%. Em maio,
foi de 0,24%. O setor de transportes, impulsionado pela alta no valor
da gasolina (3,24%) foi o segundo que mais influenciou o IPCA.
Segundo André Braz, economista da
Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), o resultado da inflação em junho foi
bem próximo à expectativa do mercado, que era de 0,3%. “Não houve um
resultado muito longe da previsão. Esse número frente ao que o mercado
esperava veio muito bem ajustado. Esse IPCA veio em linha com a
expectativa de aumento no preço da gasolina, dos medicamentos, de várias
pressões que ajudaram a alavancar a inflação em junho, explica”.
Inflação por grupos
Sete dos nove grupos pesquisados
registraram aumento nos preços em junho, de acordo com o IBGE. Além de
alimentação e bebidas, transportes, habitação, artigos de residência,
saúde e cuidados pessoais, educação e comunicação registraram aumento.
Os dois que tiveram queda nos preços foram vestuário (-0,46%) e despesas
pessoais (-0,05%). Em maio, apenas quatro dos nove grupos tinha
registrado alta.
Para André Braz, ainda não é possível falar em recuperação da economia. “O IPCA em junho não impressionou. Depois de dois meses foi a primeira taxa positiva, mas isso não significa um aquecimento da demanda ou início de recuperação da atividade econômica”, avalia.
Para André Braz, ainda não é possível falar em recuperação da economia. “O IPCA em junho não impressionou. Depois de dois meses foi a primeira taxa positiva, mas isso não significa um aquecimento da demanda ou início de recuperação da atividade econômica”, avalia.
Impactos individuais
O preço mais caro das carnes (1,19%) e
do leite longa vida (2,33%) foi o que mais influenciou a alta no
indicador de alimentação e bebidas. Além disso, outros itens importantes
na mesa dos brasileiros, como o arroz (2,74%), o feijão carioca (4,96%)
e o queijo (2,48%) subiram de preço. Itens como o tomate e a cenoura
ficaram mais baratos: queda de 15,04% e 8,88% respectivamente. A
alimentação fora do domicílio também acelerou em 0,22%, especialmente
por causa do lanche (1,01%).
No grupo dos transportes, a alta nos
combustíveis já destacada foi contida pela diminuição na compra de
passagens aéreas (-26,01%) e da variação negativa do item transporte por
aplicativo, que recuou 13,95%.
Os artigos de residência tiveram 1,3% de
alta em junho, puxados sobretudo pelos eletrodomésticos e equipamentos,
além dos artigos de TV, som e informática. Segundo Braz, isso é
resultado da desvalorização do real frente ao dólar e não de maior
demanda por esses produtos
“Os componentes que montam esses
produtos são importados e a gente paga por eles em dólar. Então, fica
mais caro montar celular e computador aqui no Brasil e o preço acaba
subindo, mas não por um efeito da demanda e sim pelo custo de produção
dos equipamentos”, explica.
Municípios
Dos 16 grandes centros pesquisados,
quatro municípios apresentaram deflação em junho. São Luís (- 0,35%),
Belém (- 0,18%), Rio de Janeiro e Porto Alegre (-0,01). Na capital do
Maranhão, a queda se deu, sobretudo, pelo menor preço dos perfumes e do
tomate. No Rio de Janeiro, apesar da alta na tarifa do metrô, o preço
gás encanado recuou.
Por outro lado, Curitiba foi a cidade
que teve a maior alta nos preços. Foi de 0,8% em junho, principalmente
devido à gasolina e ao etanol mais caros: 7,01% e 10,35%. Salvador,
Vitória, Recife, Brasília, Fortaleza, São Paulo, Campo Grande, Rio
Branco, Goiânia, Belo Horizonte e Aracaju também tiveram inflação, de
acordo com o IBGE.
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