Mapa do Trabalho Industrial, do SENAI, aponta que estado precisa capacitar 13 mil trabalhadores, até 2023, para áreas como metalmecânica, construção civil e eletroeletrônica
Se
a taxa de desocupados chegou a 12,8% no Acre no terceiro trimestre
deste ano, uma alternativa para quem busca uma vaga de emprego pode
estar na qualificação profissional. Dados do Mapa do Trabalho
Industrial, levantamento feito pelo SENAI, mostram que a demanda é de
quase 11 milhões de trabalhadores em todo país até 2023. Desse total,
13.555 serão necessários apenas para preencher as lacunas do mercado de
trabalho acreano, com destaque para as áreas de metalmecânica,
construção civil e eletroeletrônica, incluindo profissionais de nível
técnico.
Segundo a senadora Mailza Gomes (PP/AC), o ensino técnico é uma
“importante ferramenta” de inclusão social para os jovens mais carentes
do estado. Ela lembra que os serviços oferecidos por instituições do
Sistema S, como SESI e SENAI, podem representar uma oportunidade para
milhões de acreanos.
“A educação transforma a vida das pessoas e garante um futuro melhor.
O ensino tem um importante papel na diminuição de taxas de desemprego e
qualificação da mão de obra no país. É também a oportunidade de se
cumprir o que está na Constituição: direito à educação e ao trabalho. O
Brasil precisa de mais empresas e mais empregos. Por isso, eu defendo o
fortalecimento do Sistema S para a qualificação profissional e a
inovação nas empresas brasileiras”, ressalta a parlamentar.
O indígena Alberto Kaxinawá, de 41 anos, foi um dos acreanos que teve
a vida mudada pela educação. Formou-se técnico em enfermagem pelo Senac
e hoje atende sua comunidade. “Eu decidi fazer o curso por uma grande
necessidade no atendimento à saúde dos povos indígenas no estado.
Faltava acompanhamento, traçar uma política de saúde voltada às
comunidades indígenas, principalmente aquele que vive lá na aldeia, onde
o acesso é difícil e o atendimento de boa qualidade não chega”, conta.
Nos últimos cinco anos, o SENAI Acre qualificou 3,4 mil alunos no
ramo industrial. A instituição está presente com três unidades fixas na
capital Rio Branco e em Cruzeiro do Sul. Há ainda seis unidades móveis
que se deslocam pelos demais municípios do estado.
Histórico
Em 1909, uma medida do governo federal mudou o panorama da educação
brasileira. Por meio do decreto 7.566, o então presidente Nilo Peçanha
(1867-1924) instituiu o ponto de partida para o desenvolvimento do
ensino técnico profissionalizante no país. Para celebrar os 110 anos da
iniciativa, o Senado Federal realizou uma sessão solene, em novembro,
para celebrar a data histórica. A cerimônia apresentou índices do
Ministério da Educação, entre eles o de 11 mil cursos oferecidos na Rede
Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.
Para Mônica Messenberg Guimarães, diretora de relações institucionais
da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as entidades do Sistema S
exercem um papel fundamental no modelo educacional do país. “O SESI e o
SENAI nasceram para atender a necessidade de formação de profissionais
qualificados e executar medidas que contribuíssem diretamente para o
bem-estar social dos trabalhadores da indústria. Sua finalidade é
justamente ajudar a indústria brasileira a ser mais competitiva, para
que os produtos nacionais possam ser inseridos nos mercados globais”,
salienta ela.
Sondagem realizada pelo Instituto FSB Pesquisa, divulgada em julho,
apontou que SESI e SENAI são considerados, pelo setor privado, como as
entidades que mais contribuem para a qualificação profissional no país.
Numa escala de 0 a 10, as instituições do Sistema S receberam nota 7,0
por sua contribuição à qualificação profissional, frente aos 6,3 da rede
privada e 4,9 da rede pública. Os empresários ouvidos são CEOs,
presidentes, vice-presidentes e sócios de empresas de micro, pequeno,
médio e grande portes de todo país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário