Ministério da Saúde aumentou o número de doses até os 15 meses de idade como forma de prevenção contra o sarampo
Todas
as crianças de seis a 11 meses e 29 dias de idade devem ser vacinadas
contra o sarampo. O calendário do Programa Nacional de Imunização, do
Ministério da Saúde, previa a vacinação para crianças que completaram um
ano de idade, mas incluiu a dose extra a faixa etária de seis meses a
menores de um ano devido ao aumento de casos de sarampo em alguns
estados.
Com isso, o calendário atual estabelece a aplicação de três doses: a
dose zero, para as crianças de seis meses a menores de um ano; a
primeira dose, para crianças que completaram doze meses de idade; e a
segunda e última dose, de garantia de imunização para toda a vida, aos
15 meses de idade.
Se você tem entre um e 29 anos e recebeu apenas uma dose, o
Ministério da Saúde recomenda completar o esquema vacinal com a segunda
dose da vacina. Quem já tomou as duas doses da vacina do sarampo, não
precisa se vacinar novamente. Para quem não tomou nenhuma dose, perdeu o
cartão e não se lembra, o Ministério recomenda duas doses para quem tem
idade entre um e 29 anos e uma dose para os adultos de 30 a 49 anos de
idade.
O Programa Nacional de Imunização disponibiliza as doses dupla,
tripla e a tetra viral, que representam a quantidade de doenças que elas
protegem. A dupla viral protege do vírus do sarampo e da rubéola. Pode
ser utilizada para o bloqueio vacinal em situação de surto. A tríplice
viral protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola. Já a tetra viral
protege do vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela, também
conhecida por catapora.
O presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira
de Pediatria, Renato Kfouri, explica que os vírus dessas doenças são
colocados de maneira atenuada em cada dose, o que significa que eles não
causam risco para o paciente. Manipulados em laboratório, os vírus
“enfraquecidos” são introduzidos no organismo. As defesas entram em ação
e geram anticorpos. Com isso, se no futuro o agente ativo da doença
atacar o organismo, os anticorpos específicos produzidos pela vacina vão
destruí-lo.
“As vacinas funcionam protegendo os indivíduos contra as doenças. As
vacinas, no fundo, imitam uma infecção, imitam como se estivéssemos
adoecendo, enganam o nosso sistema imune, de defesa. Isso faz com que o
organismo pense que nós estamos infectados, para que quando nós
encontrarmos de fato uma verdadeira doença, nós já estaremos
protegidos.”
A maioria das vacinas protege cerca de 90% a 100% das pessoas. O
pequeno percentual de não proteção se deve a muitos fatores – alguns
estão relacionados com o tipo da vacina, outros, com o organismo da
pessoa vacinada, que não produziu a resposta imunológica adequada.
Para que a população entenda que a vacinação é a principal forma de
se proteger do sarampo e de outras doenças contagiosas graves, o UNICEF
organizou a campanha global #VacinasFuncionam, para destacar nas redes
sociais que as vacinas são seguras, eficazes e salvam vidas. No Brasil,
além de colaborar com o governo federal para ampliar a cobertura
vacinal, um dos principais objetivos é combater, com informação, as
notícias falsas e o movimento antivacinação, incluído pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) como um dos dez maiores riscos à saúde global.
Estimativa do UNICEF aponta que as vacinas preservam até três milhões
de vidas por ano, protegendo as crianças de doenças altamente
infecciosas e contagiosas e que podem levar à incapacidade ou à morte,
como sarampo, pneumonia, poliomielite e difteria. A campanha tem o apoio
da Sociedade Brasileira de Imunização e da Sociedade Brasileira de
Pediatria.
Reportagem, Tácido Rodrigues
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